HomeAPOLOGÉTICA CRISTÃO Adventismo é uma Igreja Cristã ou uma Nova Religião?

O Adventismo é uma Igreja Cristã ou uma Nova Religião?

O Adventismo é uma Igreja ou Outra Religião?

Por Que o Adventismo Não é uma Igreja Cristã Histórica?

Ao longo dos últimos artigos, analisamos detalhadamente as doutrinas, práticas e fundamentos históricos do adventismo à luz das Escrituras e da teologia reformada.
E agora, ao final desta série, uma pergunta se impõe de forma inevitável:

A Igreja Adventista do Sétimo Dia pode ser considerada uma igreja cristã evangélica — ou ela representa uma nova religião com roupagem cristã?

Responder a essa pergunta não é apenas uma questão de rótulo denominacional. É uma questão de fidelidade ao evangelho.
Porque não é o nome “Jesus” que define uma igreja como cristã — mas o conteúdo do evangelho que ela anuncia.

Neste encerramento, faremos um resumo dos principais pontos da série e responderemos com clareza: o que o adventismo é — e o que ele não é.

1. Doutrinas centrais: convergência parcial, divergência fundamental

É verdade que o adventismo professa algumas doutrinas comuns ao cristianismo ortodoxo:

  • A Trindade
  • A divindade de Cristo
  • A inspiração da Bíblia
  • A morte expiatória de Jesus
  • A ressurreição e segunda vinda

Essas doutrinas, à primeira vista, criam a impressão de que o adventismo é apenas uma “igreja diferente” dentro do cristianismo.

Contudo, quando aprofundamos o exame doutrinário, encontramos diferenças profundas e estruturais, especialmente nos seguintes pontos:

  • Fonte de autoridade: a igreja adventista reconhece os escritos de Ellen White como inspirados e autoritativos, em nível igual ou superior à própria Escritura na prática.
  • Justificação e salvação: embora afirme a salvação pela graça, o adventismo a condiciona à guarda do sábado, à fidelidade à igreja e ao juízo investigativo.
  • Cristologia distorcida: ensina que Jesus assumiu uma natureza pecaminosa e que Ele é o arcanjo Miguel — ideias sem base na doutrina cristã histórica.
  • Escatologia exclusiva: prega que apenas os adventistas serão o “remanescente” salvo no tempo do fim.
  • Doutrinas inovadoras: juízo investigativo, sono da alma, aniquilação dos ímpios, expiação incompleta na cruz, e transferência final dos pecados a Satanás.

Esses pontos não são divergências secundárias. São alteraçōes do evangelho.
E como disse Paulo:

“Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.”
(Gálatas capítulo 1 versículo 8)

2. O papel de Ellen White: profetisa ou fundadora de um novo sistema?

Nenhuma igreja reformada reconhece revelações posteriores às Escrituras.
Mas o adventismo é, de fato, fundado sobre os escritos de Ellen White.
Ela não apenas interpreta a Bíblia para os adventistas — ela define a doutrina da igreja.

Seu livro O Grande Conflito molda toda a escatologia adventista.
Seus conselhos sobre alimentação, sábado, saúde, educação, vestuário e culto têm peso normativo.
E questionar seus escritos é, muitas vezes, tratado como desvio espiritual.

Assim, o adventismo se sustenta não na Escritura Sagrada como única regra de fé (Sola Scriptura),
mas numa revelação paralela, algo que o coloca mais próximo do mormonismo do que da Reforma Protestante.

3. A soteriologia adventista: graça condicional, insegurança permanente

O ensino bíblico e reformado é claro:

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus.”
(Romanos capítulo 5 versículo 1)

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé — e isso não vem de vós, é dom de Deus.”
(Efésios capítulo 2 versículo 8)

Mas o adventismo ensina:

  • Que a salvação pode ser perdida por não guardar o sábado.
  • Que não devemos dizer “estou salvo” — pois isso seria presunção.
  • Que Jesus ainda está no santuário celestial, “apurando” quem será salvo, desde 1844.
  • Que a obediência é parte da base da aceitação divina.

Esse sistema gera um tipo de fé baseada no desempenho, não na graça imerecida.
E isso é exatamente o oposto da justificação pela fé — o coração do evangelho bíblico.

4. Exclusivismo e sistema fechado

Além das doutrinas específicas, o adventismo adota uma postura institucional exclusivista:

  • Afirma ser a única igreja verdadeira do tempo do fim.
  • Classifica todas as outras igrejas como “filhas da Babilônia”.
  • Vê a guarda do domingo como sinal da apostasia final.
  • Crê que apenas os adventistas escaparão do decreto dominical e do sinal da besta.

Esse tipo de discurso é típico de seitas restauracionistas, e não de igrejas protestantes históricas, que reconhecem a existência do corpo de Cristo em diferentes denominações fiéis à Palavra.

Conclusão

Diante de tudo o que foi exposto ao longo desta série, a resposta é clara:

❌ O adventismo não é uma igreja reformada.
❌ O adventismo não é apenas uma “denominação diferente”.
❌ O adventismo não prega o mesmo evangelho bíblico.

Mesmo que alguns adventistas individuais creiam sinceramente em Cristo e rejeitem os extremos do sistema, o corpo doutrinário oficial da igreja contém elementos suficientes para que seja classificado como um sistema religioso paralelo ao cristianismo histórico.

Portanto, sim:
O adventismo é uma nova religião — formada sobre revelações pós-bíblicas, interpretações particulares e um evangelho diferente.

E como cristãos reformados, nossa missão é amar os adventistas, mas rejeitar o adventismo.
Evangelizar com graça, ensinar com paciência e defender a verdade com fidelidade.

“Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade.”
(João capítulo 17 versículo 17)

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