R.C. Sproul e o Clamor por Sola Scriptura Hoje
Se a Reforma Protestante nos séculos XVI e XVII resgatou o princípio da Sola Scriptura — Somente a Escritura —, nos séculos XX e XXI ela precisou ser reafirmada e protegida. Um dos maiores defensores contemporâneos dessa verdade foi R.C. Sproul, teólogo reformado norte-americano e fundador do ministério Ligonier Ministries. Sua missão era clara: reacender nas igrejas e nos corações o respeito, a reverência e a confiança total na suficiência da Palavra de Deus.
Sproul entendia que a crise mais profunda da igreja moderna não era cultural, política ou social, mas teológica — e mais especificamente, uma crise de autoridade. Em sua análise, a igreja havia esquecido a voz de Deus porque trocou a autoridade da Escritura pela autoridade da experiência, da emoção ou da cultura.
“Estamos vivendo em um tempo em que a Bíblia é amplamente ignorada, até mesmo dentro da igreja.”
— R.C. Sproul
A Bíblia é suficiente, não só verdadeira
Sproul ensinava que crer que a Bíblia é verdadeira não é suficiente se não reconhecermos também que ela é suficiente. A diferença é fundamental. Muitos cristãos dizem que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas, na prática, confiam mais em conselhos seculares, tradições religiosas ou revelações modernas.
Para ele, Sola Scriptura significa que tudo o que Deus requer de nós para a salvação, a fé e a vida piedosa está revelado nas Escrituras. Nada precisa ser acrescentado. Nenhuma nova revelação, nenhum manual psicológico, nenhum ritual.
“Quando dizemos ‘somente a Escritura’, não estamos dizendo que a Bíblia é a única autoridade, mas que é a única autoridade infalível.”
— R.C. Sproul
Essa distinção é essencial: outras autoridades podem existir (como pais, pastores, líderes), mas todas devem se submeter à autoridade suprema da Bíblia.
A Reforma continua
Sproul afirmava com frequência que “a Reforma ainda não acabou”. Embora tenha começado no século XVI, seus princípios precisam ser redescobertos em cada geração. E o primeiro deles, Sola Scriptura, é a base de todos os outros. Sem a Escritura como padrão inquestionável, os demais pilares reformados perdem o equilíbrio.
Por isso, ele fundou o ministério Ligonier, um centro de ensino doutrinário voltado para formar cristãos com uma fé sólida, firmada na Palavra e não nas emoções passageiras.
“Se queremos que Deus seja glorificado em nossas vidas e igrejas, precisamos retornar à Escritura.”
— R.C. Sproul
A voz que ainda clama
Apesar de ter partido em 2017, os ensinos de R.C. Sproul continuam vivos através de seus livros, vídeos e cursos. Ele foi um mestre em comunicar verdades profundas com clareza, sem diluir a doutrina e sem desrespeitar a inteligência do povo de Deus.
Sproul via a pregação expositiva como uma forma de culto — uma maneira de honrar a Deus ao tratá-Lo com reverência, permitindo que Sua voz seja ouvida por meio da leitura e exposição fiel da Escritura.
Aplicações práticas
O ensino de Sproul é um chamado urgente para:
- Avaliar tudo à luz da Escritura, rejeitando qualquer ideia que contradiga a Bíblia, mesmo que pareça moderna ou popular.
- Buscar uma fé bem fundamentada, estudando teologia com responsabilidade e humildade.
- Participar de igrejas onde a pregação expositiva da Bíblia seja central, e não o entretenimento ou o emocionalismo.
- Transmitir à próxima geração a confiança plena na autoridade da Palavra de Deus.
Como está escrito:
“Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”
(Segunda carta a Timóteo, capítulo 3, versículo 16).
Conclusão
R.C. Sproul foi uma das vozes mais poderosas do século XX em defesa da Bíblia. Ele nos ensinou que a fidelidade não é medida por entusiasmo, mas por submissão à Palavra. Em uma época em que tantos buscam experiências, revelações e sentimentos, ele nos lembrou que Deus já falou — e a Sua Palavra é suficiente.
A Reforma continua. E enquanto houver igrejas, famílias e pregadores dispostos a se render à autoridade da Escritura, haverá esperança para a fé cristã.
“A Bíblia é absolutamente suficiente. Deus não nos deixou em trevas. Ele nos deu Sua Palavra.”
— R.C. Sproul
