segunda-feira, 5 maio, 2025
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A Identidade do Adventismo: Movimento Reformador ou Nova Revelação?

O Evangelho Segundo Ellen White

Adventismo: Reforma ou Nova Religião?

Desde seu surgimento no século XIX, o adventismo tem se esforçado para ser visto como uma igreja evangélica cristã, engajada na pregação do evangelho, na missão global e na promoção de valores familiares, saúde e educação. Suas publicações, conferências e programas evangelísticos buscam constantemente aproximá-lo do meio protestante, especialmente dos evangélicos.

No entanto, por trás dessa imagem moderna e acolhedora, existe uma pergunta séria e inadiável: o adventismo é um movimento que nasceu da Reforma Protestante ou um sistema religioso que se estabeleceu como uma nova revelação, com doutrinas próprias, profetas adicionais e autoridade paralela à das Escrituras?

Neste artigo, examinaremos os fundamentos do adventismo e sua autodefinição para discernir se ele realmente pode ser considerado uma “igreja reformada” — ou se é, de fato, um movimento religioso separado, com identidade e teologia distintas.

Como o adventismo se apresenta

A Igreja Adventista do Sétimo Dia, em sua apresentação oficial, afirma:

“Somos uma igreja protestante cristã que guarda os mandamentos e tem a fé de Jesus.”

Além disso, adota alguns elementos da tradição reformada:

  • Crença na Trindade
  • Autoridade da Bíblia
  • Salvação pela graça
  • Esperança na volta de Cristo

Essa semelhança superficial com igrejas reformadas (como presbiterianos, batistas e luteranos) tem levado muitos cristãos a supor que o adventismo é apenas uma “denominação evangélica diferente”.

Contudo, basta investigar sua origem e doutrinas centrais para perceber que o adventismo não nasceu da Reforma Protestante, mas de um novo sistema teológico baseado em interpretações proféticas falhas e revelações extrabíblicas.

O nascimento do adventismo: fruto de uma profecia frustrada

O adventismo surgiu a partir do movimento milerita, liderado por William Miller, que previu o retorno visível de Cristo para o ano de 1844, com base em uma interpretação equivocada de Daniel capítulo 8 versículo 14.

Quando a data passou e Cristo não voltou, milhares de seguidores experimentaram o que ficou conhecido como A Grande Desilusão.

Foi então que surgiu a explicação alternativa: Cristo, de fato, não voltou à Terra, mas entrou no Santo dos Santos celestial para iniciar o juízo investigativo — uma doutrina completamente ausente da história da igreja e das confissões reformadas.

Essa nova interpretação nasceu, não de um estudo sistemático das Escrituras, mas de uma tentativa de salvar a reputação profética do movimento. Assim, em vez de reconhecer o erro, foi criada uma nova estrutura teológica para justificar o fracasso da profecia.

O tripé do adventismo: três pilares que o afastam da Reforma

  1. Nova revelação profética: Ellen White

A Reforma sempre afirmou a suficiência da Escritura. Mas o adventismo eleva os escritos de Ellen White ao mesmo nível de autoridade bíblica. Ela é tratada como voz profética inspirada, intérprete da verdade e mensageira de Deus para os tempos do fim.

“Negamos que o grau de inspiração dos escritos de Ellen White seja diferente da Bíblia.”
(Revista Adventista, 1984)

Isso não é reforma — é revelação paralela.

  1. Nova teologia escatológica: o juízo investigativo

Essa doutrina afirma que, desde 1844, Jesus está revisando os registros celestiais dos crentes para decidir quem será salvo. Esse ensino não tem base nas Escrituras, nunca foi ensinado pela igreja primitiva, e nega a suficiência da cruz.

A teologia reformada ensina que:

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus.”
(Romanos capítulo 5 versículo 1)

No adventismo, a justificação é incerta — o julgamento ainda está em andamento.

  1. Nova identidade e exclusivismo: a igreja remanescente

O adventismo se vê como a única igreja verdadeira do tempo do fim, cumprindo as profecias de Apocalipse 12 e 14, por guardar o sábado e possuir o “espírito de profecia”.

Essa visão coloca todas as demais igrejas — inclusive reformadas — dentro da “Babilônia espiritual”. Isso não é compatível com a tradição protestante, que sempre reconheceu a existência da igreja invisível em múltiplas expressões visíveis.

Reformador ou restauracionista?

A Reforma Protestante foi um retorno às Escrituras, removendo acréscimos humanos e exaltando a suficiência de Cristo e da graça. O adventismo, por outro lado, estabelece novas doutrinas, novos sinais, um novo profeta e uma nova interpretação escatológica.

Isso o aproxima mais dos movimentos restauracionistas (como mórmons e testemunhas de Jeová), que também afirmam ser o verdadeiro cristianismo restaurado após séculos de apostasia.

A diferença entre Reforma e restauração é profunda:

Reforma Restauração (como o adventismo)
Volta à Escritura Acrescenta novas revelações
Cristo é suficiente Cristo + obras + sábado + profeta
Graça salvadora segura Salvação incerta, sujeita à investigação
Igreja visível e invisível Exclusividade de uma denominação

A visão reformada da igreja verdadeira

“Creio na santa igreja universal, a comunhão dos santos…”
(Credo Apostólico)

A verdadeira igreja é composta por todos os redimidos por Cristo, de todas as épocas, culturas e denominações. Ela não está restrita a uma placa ou data de fundação. Está unida pelo Espírito, pela Palavra e pelos sacramentos.

O que define a igreja verdadeira?

  • A pregação fiel da Palavra

  • A administração dos sacramentos conforme Cristo instituiu

  • A prática da disciplina eclesiástica

O adventismo falha nos três critérios.

Conclusão

O adventismo não é uma reforma da fé cristã — é uma reconstrução doutrinária baseada em revelações extrabíblicas e interpretações proféticas equivocadas. Embora compartilhe terminologias com o cristianismo evangélico, sua essência doutrinária é distinta, sua origem é recente e seu ensino compromete o evangelho da graça.

Não devemos ser enganados por uma fachada evangélica. O compromisso da fé reformada é com a suficiência da Escritura, a centralidade de Cristo e a glória de Deus. E qualquer sistema que aponte para outro fundamento, outra revelação ou outro evangelho, deve ser rejeitado.

Semear Cristo
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