HomeAPOLOGÉTICA CRISTÃAdventismo: A Natureza de Cristo no Adventismo: Santo ou Pecador?

Adventismo: A Natureza de Cristo no Adventismo: Santo ou Pecador?

Jesus Tinha Natureza Pecaminosa?

O Cristo do Adventismo: Verdadeiro Salvador ou Homem Caído?

Entre os pontos mais sensíveis e pouco discutidos do sistema teológico adventista está a doutrina sobre a natureza humana de Cristo. Para muitos evangélicos, essa questão parece distante ou meramente acadêmica. No entanto, a forma como entendemos a humanidade de Jesus afeta diretamente a nossa salvação. Afinal, quem foi Jesus? Um homem comum, sujeito às mesmas inclinações pecaminosas que nós? Ou o Santo de Deus, separado dos pecadores?

A teologia adventista, especialmente nos escritos de Ellen White e em manuais doutrinários, ensina que Cristo assumiu uma natureza pecaminosa e caída, semelhante à nossa após a queda de Adão. Essa afirmação não é apenas um detalhe: ela modifica a compreensão sobre a impecabilidade de Cristo, a eficácia de Sua obra e a forma como Ele venceu o pecado.

Neste artigo, vamos analisar essa doutrina à luz das Escrituras e da teologia reformada. Vamos compreender por que a pureza de Cristo é essencial para o evangelho — e por que qualquer tentativa de atribuir a Ele uma natureza pecaminosa coloca em risco toda a estrutura da salvação bíblica.

O que o adventismo ensina?

Diversas publicações adventistas afirmam que Cristo, em Sua encarnação, assumiu a natureza pecaminosa da humanidade caída. O livro “Nisto Cremos”, considerado uma referência doutrinária oficial da denominação, declara:

“Em Sua humanidade, Cristo participou da nossa natureza pecaminosa e caída.”

A justificativa apresentada é que, se Jesus não tivesse a mesma natureza que a nossa, Ele não poderia ser verdadeiramente tentado nem nosso exemplo de vitória. Assim, para os adventistas, Jesus venceu o pecado não apenas por ser Deus, mas porque, mesmo com natureza pecaminosa, escolheu não pecar.

Esse ensino aparece também nos escritos de Ellen White, onde ela insiste que Cristo herdou “as fraquezas humanas” e que, “em sua natureza humana, tinha todas as tendências que temos”. Embora afirme que Ele “não pecou”, ao mesmo tempo sustenta que Ele podia pecar e tinha natureza inclinada ao mal.

O que a Escritura ensina?

A Bíblia ensina que Jesus foi verdadeiramente homem, sim, mas também verdadeiramente santo. Sua encarnação não o contaminou com a corrupção da natureza humana caída. Ele foi concebido sem pecado, preservado pela ação do Espírito Santo (Lucas capítulo 1 versículo 35).

Vejamos o testemunho bíblico sobre a natureza de Cristo:

  • Hebreus capítulo 4 versículo 15: “…mas um que, como nós, foi tentado em todas as coisas, mas sem pecado.”

  • 2 Coríntios capítulo 5 versículo 21: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós…”

  • 1 Pedro capítulo 2 versículo 22: “Ele não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca.”

  • 1 João capítulo 3 versículo 5: “E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados; e nele não há pecado.”

  • Hebreus capítulo 7 versículo 26: “…santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores…”

A Escritura é clara: Cristo não teve natureza pecaminosa. Ele foi tentado, sim — mas Sua tentação veio de fora, e não de dentro. Ele não teve impulsos pecaminosos, desejos caídos ou inclinações para o mal. Sua santidade era perfeita, porque Ele veio como o segundo Adão, sem pecado, para vencer onde o primeiro falhou (Romanos capítulo 5).

Por que isso é tão importante?

  1. Se Cristo tivesse uma natureza pecaminosa, Ele precisaria de salvação.
    O salário do pecado é a morte. Se Jesus herdasse a corrupção de Adão, estaria sob o mesmo juízo. Assim, Sua morte não poderia ser vicária (no lugar de outros), mas apenas penal — resultado de Seu próprio estado pecaminoso.

  2. Somente um Redentor sem mancha pode ser substituto eficaz.
    Como no Antigo Testamento o cordeiro deveria ser “sem defeito” (Êxodo capítulo 12 versículo 5), assim Cristo deveria ser perfeitamente santo para que Sua morte fosse aceita diante de Deus como sacrifício.

  3. O evangelho depende da pureza do Salvador.
    Se Jesus teve uma natureza pecaminosa, Ele não poderia ser o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João capítulo 1 versículo 29). Toda a nossa fé estaria apoiada em um Salvador impuro — e isso destruiria a base da nossa redenção.

  4. A tentação de Cristo foi real, mesmo sem pecado.
    A Bíblia mostra que Jesus foi tentado pelo diabo, pelos fariseus, e até por seus próprios discípulos. Mas essas tentações vieram de fora. A ausência de pecado não diminui a intensidade da tentação — apenas garante que Ele sempre respondeu com obediência.

O ensino reformado sobre a humanidade de Cristo

A confissão de fé de Westminster declara:

“Cristo, o Filho de Deus, assumiu a natureza humana, com todas as suas propriedades essenciais e com as fraquezas comuns, mas sem pecado.”

Ou seja, Jesus sentiu fome, cansaço, tristeza, dor — mas não teve inclinações pecaminosas. Ele foi plenamente homem, mas sem o pecado original. Isso o qualifica como nosso perfeito mediador (1 Timóteo capítulo 2 versículo 5) e sumo sacerdote compassivo (Hebreus capítulo 2 versículos 17-18).

A teologia reformada entende que Cristo venceu o pecado não por ter a mesma natureza que nós, mas por ser o novo Adão sem pecado, vivendo uma vida de obediência perfeita e voluntária — para nos representar diante de Deus.

Conclusão

A doutrina adventista de que Jesus tinha uma natureza pecaminosa fere gravemente a doutrina da salvação. Ela ignora que a vitória de Cristo sobre o pecado não depende da semelhança com nossa corrupção, mas da Sua santidade imaculada.

Jesus é o segundo Adão — não o Adão caído, mas o perfeito. Ele não herdou pecado. Ele não cedeu ao pecado. Ele não foi tentado por desejos pecaminosos internos. E é justamente por isso que Ele pode nos salvar.

A fé reformada proclama, com convicção: temos um Salvador puro, poderoso, suficiente — que levou sobre si o nosso pecado sem jamais tê-lo cometido. Nele temos plena redenção, segurança eterna e vitória garantida.

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